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domingo, 8 de maio de 2011

Estrela da Manhã

Sem estrelas
Sem manhã
Estamos brigados
Briguei com minha irmã

Não a olho mais nos olhos
Não sinto mais seu calor
Ela fugiu de mim
E deixou apenas a dor

Dor, sofrimento ideal
Já é o suficiente
Para um tolo mortal

Como se não bastasse
Ela ainda aparece para mim
Mas agora não é mais minha
Mais ainda é bela

“oh estrela da manhã
Brilhe para mim
Deixe-me dizer que te amo
Deixe-me voltar para ti”

Mas caminhos de ida
Não têm mais volta
Ela cegou os meus olhos
Agora estou sem rota

Ela queimou meu corpo e alma
“Com sua luz quente”
Mas mesmo sem vê-la, ou tê-la
“Ainda és bela para mim”

Água e Vinho

O que aconteceu?
O velho morreu?
O que ficou foi um palerma
Que fácil se alegra

Quem diria
Alguém que admirava a agonia
Sorrir com o Sol de um belo dia

Fazer coisas
Que nunca pensou em fazer
Desejar vida
A quem te quer ver sofrer

Não dá para crer
Que este merda
É o mesmo ser

Que sente prazer
Em vê alguém viver
Que ajuda!
Para que?!

Não há motivo
Volte a ser um mendigo
Que vive da desgraça alheia
Que o ódio lhe incendeia!

Volte agora
Pois vais se arrepender
De ajudar quem não vale nada
Isso não faz bem a você!

Ajude-os
Alimente-os
No final de tudo
Eles vão te esquecer

No final das contas
Você precisará deles
E eles cuspirão em você

Então se afaste destes
Volte a viver
Não siga um caminho
Qual destino é sofrer

Decisão

Muro, maldito muro
Dúvida infinita
Consumindo meu mundo
Qual é a saída?

Odeio não saber resolver
Odeio odiar
Odeio não saber o que fazer
Não consigo parar de pensar

Um dos belos
E breves problemas
Agarram em minha mente
Como um emblema

Corroendo meus ossos
Matando-me aos poucos
Não posso fugir
Quero ficar louco!

Queria parar um tempo
Um tempo pequeno
Para não pensar
Pensar é meu veneno

Queria ter tempo
Sim, tempo
Para pegar o problema
E jogá-lo ao vento

Queria querer
Queria existir
Queria viver
Queria o fim

Descoberta em Texto

Descobri que meus escritos estavam ruins, descobri que escrevo melhor quando tenho problemas. Que irônico! Não gosto deles, mas estava chateado com a monotonia de está tudo certo (que tolo) e agora me arrependo. É, feliz de mim, meus pedidos se tornaram reais, que bom que não se tornaram dólar, são mais valorizados, e se virassem euro? (há, há, há)
Agora encontro-me só (abre aspas [por que abrir aspas? {porque nunca estou só, nunca estou sem meu Deus}]). Problemas tenho de monte, não vou ditá-los porque são meus e nada lhe interessam! Melhor, você quer saber deles? Provavelmente deu uma resposta negativa e me botou um apelido legal agora, hã? Mas fique na caverna!
De todos os males, vejo o lado bom das coisas, meus escritos estão ficando melhores!

(Carta ao Ego egocêntrico de João Lins, 1941)

...

Não sou real
Sou fruto de sua imaginação
Eu existo quando você diz sim
E sumo quando diz não

Eu não entendo você
Eu sou você
Mesmo assim
Você não pode mim entender

Sou como as trevas
Perdida no escuro
Uma soma de vetores opostos
Sou um vetor nulo

Ame-me
Odeie-me

Pois não sou real
Não tenho início
Não tenho final

Quando pensa em mim
Passo a existir
Se me esquecer
Não estou mais aqui

Se me queres
Ti quero
Se me odeia
Ti espero

No fim das contas
Você precisa de mim
Fruto de sua imaginação
Desabafo do seu coração

E eu preciso de você
Ou de qualquer um que possa pensar em mim
Porque se não pensarem
Como ei de existir?